“É muito difícil encontrar palavras que possam ser as mais justas e dignas para falar deste mestre que esteve muito à frente do seu tempo.”, referiu Wanda Ribeiro da Silva, no discurso do elogio a Arquimedes da Silva Santos. No momento que antecedeu a atribuição da medalha de prata de emérito e de mérito, de 1.ª classe, por serviços prestados ao IPL, de 1.ª classe, na sessão realizada no dia 18 de junho, nos serviços da presidência do Politécnico de Lisboa, a primeira diretora da Escola Superior de Dança, salientou o enorme contributo do homenageado à educação no nosso país, “foi sempre um original pacifista, muito lutador”, disse.
A professora referiu ainda que “o grande professor, médico, pedopsiquiatra foi também um jovem ator” e acrescentou “Não o esquecemos vai permanecer a sua obra”. “Doutor Arquimedes” como era tratado nas escolas, impressionava os outros com a sua “presença calma, atenta, tolerante de cientista artista ou melhor dizendo de artista cientista”, disse Wanda Ribeiro da Silva. Arquimedes da Silva Santos considerava que aos “responsáveis pela educação competia estabelecer pontos de convergência entre todas as atividades educacionais e sobretudo na infância, seria o que mais tarde, viemos a chamar de transdisciplinaridade e inclusão, uma educação holística integral", conclui a professora.
Ao longo de mais de cinco décadas, Wanda Ribeiro da Silva, manteve uma relação próxima com Arquimedes da Silva Santos enquanto aluna, colega e amiga.
Para o presidente do Politécnico de Lisboa, Elmano Margato, “É com muita honra que o Politécnico de Lisboa se associa à homenagem de Arquimedes da Silva Santos homem de cultura, lutador da liberdade.”
A cerimónia de atribuição de medalha realizou-se no dia em que o homenageado completava um século de existência. As filhas do homenageado Graça Duarte Santos e Luísa Duarte Santos receberam a medalha das mãos de Manuela Ralha, vereadora da Câmara Municipal de Vila Franca, da deputada Maria da Luz Rosinha e do presidente do Politécnico de Lisboa, Elmano Margato.
"O nosso pai nunca nos apontou o caminho mais fácil o de ceder às aparências, o de competir com o outro, o de adormecermos por dentro.”, disse Graça Duarte Santos ao agradecer o reconhecimento e terminou com conselhos dados pelo pai: “sermos sérios connosco próprios” e “cultivem o vosso jardim interior”.
Na sessão comemorativa foi também apresentado o livro “Arquimedes da Silva Santos: Um Homem (Fora) do seu tempo", pelos autores Miguel Falcão e Isabel Aleixo, docentes da Escola Superior de Educação de Lisboa. A obra foi lançada no Museu do Neorrealismo, no dia 12 de junho, em Vila Franca de Xira.
A sessão de homenagem teve ainda participação dos estudantes Bárbara Costa, Maria Aleixo e Maria Martinho, Luísa Gonçalves, Duarte Freitas e Manuella Moreira da Escola Superior de Dança.
Texto de VG/GCI-IPL
Fotos de DS/GCI-IPL