“Linha litoral” resulta do registo fotográfico feito ao longo da linha de costa entre a praia do Abano, no Guincho, e a foz do rio Jamor na Cruz Quebrada, feito por Francisco Nave Almeida, entre 2021 e 2022. Inserida no projeto SEALAND, financiado pelo Politécnico de Lisboa, a exposição inaugurou a 1 de março e vai estar patente no Espaço Artes, em Benfica, até final do mês, de segunda a sexta-feira.
Na inauguração, o presidente do Politécnico de Lisboa, Elmano Margato, enalteceu o trabalho de Francisco Nave Almeida, estudante da Escola Superior de Comunicação Social e de João Abreu, professor da Escola do IPL, responsável pelo Museu da Paisagem, no qual se inclui esta exposição.
Elmano Margato destacou a importância das exposições que já passaram pelo Espaço Artes, que dão a conhecer projetos artísticos de docentes, estudantes e staff do IPL e de personalidades externas à comunidade académica.
Paulo Morais-Alexandre, presidente da Escola Superior de Educação de Lisboa e coordenador do Espaço Artes – Politécnico de Lisboa, realçou a abordagem de Francisco Nave Almeida, cujo registo fotográfico mostra “as coisas que nós não vemos e são captadas e que ficam para sempre”. Na sua opinião, as fotografias são uma visão nova que mostra a parte patrimonial, que não é mais do que o registo de uma paisagem que se vai perder.
João Abreu, agradeceu a disponibilidade do IPL para receber as exposições inseridas no Museu da Paisagem, sendo “Linha litoral” a segunda que realiza. Explicou o propósito do museu com sede digital , um projeto que nasceu na ESCS e no Politécnico de Lisboa, em 2019, e que tem levado o nome da instituição a muitos parceiros. “O Museu da Paisagem tornou-se uma referência nas questões do olhar e da visão sobre o território”, referiu o docente.
O investigador explicou que no Museu da Paisagem não há a procura do belo, “há a procura de uma realidade que nos confronta connosco próprios”, dando como exemplo a paisagem presente nas fotografias de “Linha de litoral”, mostram a transformação que esta faixa litoral tem sofrido, muito pela pressão da construção e do turismo.
A exposição é apenas uma parte de um projeto que resulta de um financiamento do Politécnico de Lisboa, através do IDI&CA - Concurso de Investigação, Desenvolvimento, Inovação e Criação Artística, que inclui, para além de fotografias, vídeos e áudios de entrevistas.
Para Francisco Nave Almeida, estudante da licenciatura de Audiovisual e Multimédia da Escola Superior de Comunicação Social, o trabalho exposto foi um desafio grande, sendo uma paisagem onde habita desde pequeno, que o levou a “pensar um novo olhar sobre a paisagem e não focar no belo e no habitual”. O jovem faz parte da equipa do Museu da Paisagem, desde 2020, onde colabora em vários projetos de promoção da cidadania paisagística. Foi bolseiro dos projetos de investigação SCAPE.COM e SEALAND, financiados pelo IDI&CA de 2020 e 2021, respetivamente.
Texto de CSS/GCI IPL
Imagens e vídeo de DS/GCI IPL