As comemorações dos 50 anos da Escola de Cinema iniciaram a 7 de outubro com uma cerimónia realizada na Escola Superior de Teatro e Cinema, que contou com a presença do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva e do presidente do Politécnico de Lisboa, Elmano Margato.
A Escola de Cinema, criada em 1973 como Escola Piloto para a Formação de Profissionais de Cinema, foi inicialmente integrada no Conservatório Nacional e, atualmente constituiu um dos dois departamentos que formam a Escola Superior de Teatro e Cinema. “Formou os mais relevantes profissionais do Cinema em Portugal numa escola pública do ensino superior artístico com impacto nacional e internacional”, palavras de David Antunes, presidente da ESTC, na cerimónia de abertura das comemorações dos 50 anos.
Na sua intervenção, David Antunes, realçou a relevância da oferta formativa da Escola artística do Politécnico de Lisboa nos 3 ciclos do ensino superior: licenciatura, mestrado e doutoramento, sendo este último, uma situação inédita em todo o universo politécnico português. O doutoramento em Artes Performativas e da Imagem em Movimento, foi concebido pelas Escolas artísticas do Politécnico de Lisboa em associação com a Universidade de Lisboa.
O presidente da Escola Superior de Teatro e Cinema deixou, no final da intervenção, o desejo e necessidade de criar um espaço dinâmico e de encontro das Artes do IPL, que ao mesmo tempo seja um espaço artístico, conceptual, político de intervenção e de investigação.
A importância do ensino artístico
O presidente do IPL reconheceu “o trabalho e o caminho de desenvolvimento que a todos prestigia”, referindo-se ao doutoramento em Artes Performativas e da Imagem em Movimento em associação com a Universidade de Lisboa. “Só com trabalho, dedicação, estudo e qualificação académica do corpo docente” é possível assegurar o crescimento do IPL, realçou Elmano Margato.
“No IPL sempre apoiámos o desenvolvimento científico e artístico e estivemos ao lado do crescimento e desenvolvimento”, assinalou Elmano Margato, presidente do Politécnico de Lisboa, num contexto em que se falou de financiamento do ensino superior.
E numa semana em que o Orçamento de Estado para 2023 esteve na agenda do Governo, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, garantiu que um dos compromissos da atual legislatura passa por “criar estabilidade, previsibilidade, condições de trabalho e para tal é preciso investir nas capacidades criativas que existem”. Para o governante há um “subfinanciamento crónico para a Cultura. “Aumentar o investimento na Cultura não é apenas um número ou uma abstração. É através da Cultura que nos formamos como comunidade coletiva”, frisou o ministro.
Ligação entre a teoria e a prática
Luís Fonseca, diretor do Departamento de Cinema da ESTC, destacou a forma como o curso de Cinema evoluiu e se transformou no tempo, sendo um exemplo de “um pensamento que nunca desistiu de encontrar um equilíbrio entre reflexão e prática que encontrou expressão diferente, mas ajustada nos atuais planos curriculares de licenciatura e de mestrado”. Para o docente, o sucesso dos filmes da Escola em festivais nacionais e internacionais demonstra a qualidade do trabalho com uma reputação que passa fronteiras.
Quanto ao percurso da Escola, o diretor do departamento de Cinema destaca o papel de Madalena Perdigão, como uma “figura decisiva e de grande relevância em quase tudo o que aconteceu no ensino das Artes em Portugal”. Luís Fonseca não esqueceu outras pessoas, nomeadamente António Reis e “a enorme de decisiva importância do trabalho de José Bogalheiro, como diretor e professor da Escola Superior de Teatro e Cinema”.
A cerimónia terminou com uma palestra de José Bogalheiro intitulada “Nascimento da imagem de uma Escola”. O dia assinalou o início das comemorações dos 50 anos da Escola de Cinema que vão acontecer sob a forma de várias iniciativas, ao longo do ano letivo.
Durante a tarde decorreu uma projeção dedicada a uma seleção de filmes da Escola, premiados nos últimos 20 anos:
“Roma Acans” de Leonor Teles
“Primária” de Hugo Pedro
“Amor, Avenidas novas” de Duarte Coimbra
“Onde o verão vai” de David Pinheiro
“Corte” de Afonso Rapazote e Bernardo Rapazote
“Mistida” de Falcão Nhaga (Wilker)
Texto de CSS/GCI IPL
Imagens de DS/GCI IPL