De 27 a 31 de março de 2023, a Escola Superior de Educação de Lisboa (ESELx) recebeu a 2.ª edição do curso de curta duração sobre "Commoning Pratices", inserido no projeto Erasmus+, ComPra - Blended Short-cycle Training Courses on “Common Practices” que, entre 2020 e 2023, junta instituições de ensino superior de quatro países europeus: a University of Thessaly (Grécia), University Pompeu Fabra (Espanha), University of Cadiz (Espanha), Tallinn University of Technology (Estónia). A Escola do Politécnico de Lisboa é a única instituição portuguesa a integrar o consórcio.
O blended course (curso híbrido) teve como objetivo desafiar estudantes do ensino superior, dos três ciclos: licenciatura, mestrado e doutoramento, nas áreas das Ciências da Educação, Ciências Sociais, Comunicação e Tecnologia, a explorar os valores e as práticas da pedagogia dos bens comuns (Commons), colocando-os em contacto com o uso de metodologias e ferramentas inovadoras, que promovam o desenvolvimento de um ambiente educacional diferenciado. Neste curso participaram 20 estudantes, oriundos das instituições que integram o projeto, entre os quais estudantes da ESELx.
Esta foi a segunda edição do curso, tendo o primeiro decorrido em 2022, em Barcelona. A filosofia desta formação assenta num modelo híbrido, que integra várias semanas de formação a distância, realizadas através de uma plataforma, que culminaram neste encontro presencial. Coube à Escola Superior de Educação de Lisboa definir e organizar o programa, tendo presentes os três pilares do projeto: sociologia da educação, comunicação e tecnologia.
Para além da apresentação e exploração de conceitos, os participantes puderam visitar organizações e projetos nacionais, cuja intervenção aplica a perspetiva de intervenção dos bens comuns, democracia participativa e direitos humanos, tais como a Boutique da Cultura e a Renova Mouraria. O grupo visitou, ainda, o FabLab na ESELx, um projeto do foro tecnológico desenvolvido na Escola do Politécnico de Lisboa.
Para Catarina Tomás, docente da Escola Superior de Educação de Lisboa e responsável pelo projeto, em Portugal, a semana de curso em Lisboa, foi uma boa forma dos parceiros conhecerem o trabalho que a Escola desenvolve na área, que nem sempre é visível. “Há sinergias que foram criadas e abre caminho a novas colaborações”, acredita a especialista em Sociologia da Infância.
A docente da ESELx acredita que o projeto ComPra vai permitir uma sensibilização sustentada teoricamente e um despertar para a consciência dos direitos da criança. “Vamos percebendo, quer na primeira edição, quer na segunda, que há pouco conhecimento dos conteúdos, mesmo na formação de professores é inexistente esta dimensão”, refere Catarina Tomás. “É interessante ver estudantes da área das tecnologias e da área da comunicação com outro olhar sobre os direitos das crianças”, afirma a socióloga, acreditando que ainda estarmos longe de efetivar estes direitos.
A seguir ao curso é realizada uma avaliação do projeto e em função desta, é definido o percurso, metodologias e conteúdos. Esta segunda edição termina entre maio e junho, altura em que são divulgadas as notas dos estudantes.
Ao longo do blended course, os estudantes trabalharam um caso específico relacionado com uma forma de desigualdade: racismo, sexismo, questões de género, deficiências, entre outras tendo em vista apresentar um projeto que permita abordar o problema e revertê-lo através de uma abordagem inclusiva.
Yannis Pechtelidis, sociólogo de Educação e professor associado do departamento de Educação pré-escolar da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Thessaly, Volos, na Grécia é o coordenador do projeto ComPra. A iniciativa do projeto partiu do laboratório de Sociologia da Educação que dirige, com experiência no campo da Education Commons. “Temos muitos projetos nesta área e temos experiência prévia”, refere. Adianta que a vontade é de disseminar o conhecimento existente e foi isso que determinou a escolha das instituições parceiras, entre as quais a Escola Superior de Educação de Lisboa. “Queríamos alguém em Portugal para nos ajudar com as questões da Infância e a Catarina e a sua equipa são especialistas na área”, refere Yannis.
“Queremos produzir conhecimento e inovação para promover a inclusão e enfrentar todas estas questões de desigualdade, este é o primeiro passo”, destaca o coordenador do projeto integrado na Ação-chave 3 do Programa Erasmus+, que iniciou em setembro de 2020 e termina em agosto deste ano.
Na Escola Superior de Educação de Lisboa da equipa do projeto ComPra fazem parte, para além de Catarina Tomás (coordenadora), os docentes Carolina Gonçalves e André Rocha.
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Texto de CSS/GCI IPL
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