O consultor de comunicação, com uma carreira de mais de 40 anos, esteve na Escola Superior de Comunicação Social (ESCS), no dia 16 de março, para uma palestra organizada pela Secção de Relações Públicas e Comunicação Organizacional e pela licenciatura em Relações Públicas e Comunicação Empresarial, sobre Comunicação Eleitoral, no âmbito do mais recente livro – “Como perder uma eleição".
Mafalda Eiró-Gomes, coordenadora da Secção de Relações Públicas e Comunicação Organizacional, apresentou Luís Paixão Martins (LPM), consultor que ajudou a conseguir duas maiorias absolutas em eleições legislativas e uma em eleições presidenciais, referindo que a organização da palestra se enquadra na missão da ESCS, da secção que dirige e do curso - “servir a comunidade, servir o país, construir pontes e preparar os nossos estudantes”.
Luís Paixão Martins iniciou a conversa com os estudantes, referindo-se à campanha eleitoral como o exemplo mais acabado de comunicação, caracterizada pelo “movimento lento, pesado, em que apenas vemos uma parte, a ponta do icebergue”. Para LPM, uma campanha é o melhor momento para testar as capacidades de um consultor, cujo objetivo é fazer face à dificuldade na captação da atenção dos eleitores, cuja tendência é votar no mesmo partido ou absterem-se.
O consultor de comunicação, na conversa que manteve com os alunos, falou da experiência acumulada ao longo da carreira e explicou os vários fatores a considerar para a preparação de uma campanha eleitoral, nomeadamente os vários tipos de eleitores: fãs, indecisos, interesseiros (não valorizam as promessas, são mais céticos) e egocêntricos (só votam se souberem que o seu voto é decisivo), uma vez que são os movimentos destes que definem os vencedores. O especialista destacou a relevância dos indecisos, dado serem estes a fazer a diferença no resultado. “O voto é quase uma procuração e a campanha eleitoral é o momento da relação entre o cidadão e a política”, realçou, assumindo que para a totalidade dos cidadãos, durante 3 anos e 10 meses, a política é algo que não faz parte das suas vidas.
Com uma plateia constituída, na sua maioria, por jovens estudantes, que foram colocando várias questões, Luís Paixão Martins assumiu que para um consultor, trabalhar uma campanha eleitoral dirigida aos eleitores que votam pela primeira vez é um problema, particularmente quanto aos meios a usar.
No Auditório Vítor Macieira, para além de alunos da Escola do Politécnico de Lisboa, esteve o presidente da Escola, André Sendin, o vice-presidente do Politécnico de Lisboa, António Belo, docentes da Secção de Relações Públicas e Comunicação Organizacional e José Viegas Soares, professor aposentado, fundador do curso de Relações Públicas da Escola.
Sobre Luís Paixão Martins
Iniciou a vida profissional no jornalismo. No início dos anos 70 e meados dos anos 80, depois de uma carreira na rádio e na imprensa, dedicou-se ao conselho em comunicação, tendo em 1986, criado a consultora de Comunicação LPM, que lidera há décadas o mercado português das Relações Públicas. Em 2015, abandonou a atividade neste setor e fundou a Associação Acta Diurna, promotora do NewsMuseum, em Sintra, um espaço experiencial dedicado às notícias, aos media e à comunicação. Atualmente vive entre Lisboa e uma aldeia da fronteira de Monfortinho, onde mantém uma atividade florestal e de turismo rural.
“Como perder uma eleição” junta-se aos títulos “Tinha Tudo Para Correr Mal” (2015) e “Schiu... Está Aqui Um Jornalista” (2001).
Texto de CSS/GCI IPL
Imagens de DS/GCI IPL