Com apresentação do argumentista, ator e realizador Paulo Filipe Monteiro, a incontornável artista e antiga professora da Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC) foi duplamente homenageada pelo IPL, a 4 de novembro, com o lançamento do livro sobre o seu trabalho “Magnólia: a pele de Vera Castro” e com a inauguração de uma exposição, de alguns dos seus trabalhos.
Com coordenação de Paulo Morais-Alexandre, pró-presidente do IPL para as Artes e de Luísa Marques, bibliotecária da ESTC, o livro, inserido na Coleção Estudos e Reflexões do Politécnico de Lisboa, surge como forma de assinalar 10 anos da morte da figurinista (2010).
O livro partiu da ideia de organizar uma obra, onde se inclui a biografia, um estudo sobre as criações de Vera para Teatro e Dança e vários depoimentos de quem com ela trabalhou, bem como fotografias, da responsabilidade de Paulo Andrade (fotógrafo e docente da Escola Superior de Educação de Lisboa) dos estudos para figurinos e dos mesmos, posse da família.
O lançamento de Magnólia deu-se numa cerimónia restrita, devido à pandemia, presidida por Elmano Margato, presidente do Politécnico de Lisboa, transmitida em direto no Zoom e na rede social Facebook.
“Em fevereiro de 2010, a Vera partiu para outra dimensão”, começou por dizer Paulo Filipe Monteiro, que não encara a morte como uma ausência, “porque estamos a falar de um livro que celebra a sua obra e a sua pessoa, tímida, forte, complexa e obstinada”.
O encenador, que trabalhou com Vera Castro em vários espetáculos, diz que a figurinista e cenógrafa marcou várias gerações de alunos. “É importante haver professores que são também artistas”, reforçou.
A referência à pele vem de trás, explicou. Vera deu o título de “O Papel da Segunda Pele” ao seu último trabalho, um testamento artístico de daquela que foi uma pedagoga.
Luísa Marques, aceitou o desafio lançado por Paulo Morais-Alexandre, depois de uma exposição organizada pela ESTC, em 2019, em homenagem a Vera Castro. Para a bibliotecária, este livro é importante, uma vez que a nível editorial não há muitas edições como esta, de natureza documental, que “deixa para a memória futura da investigação”.
No final de sessão, Paulo Morais-Alexandre, que para além de pró-presidente do IPL é também docente da ESTC, conduziu os convidados da sessão para o Espaço Artes – Politécnico de Lisboa, onde está patente a exposição “Vera Castro-Figurinos e outros objetos”, explicando o significado de alguns dos trabalhos, grande parte visíveis em fotografias. “Ela pensava e desenhava”, referiu o especialista em História da Arte, para quem a beleza dos figurinos de Vera Castro era sobretudo para “a felicidade dos atores”.
Já em maio de 2010, pouco depois da sua morte, o Politécnico de Lisboa homenageou a artista, para quem “talento é como um prego no fundo de um saco: sacode-se e tem de sair alguma coisa”, expressão que dizia aos seus alunos. Na rubrica Homenagem da extinta revista institucional Politecnia, ao longo de seis páginas, foram divulgadas imagens de alguns dos trabalhos, para além de alguns textos sobre a artista “que tinha o prazer da cor”.
A exposição daquela que foi docente da escola artística por mais de 15 anos, vai estar aberta ao público no Espaço Artes-Politécnico de Lisboa, de segunda a sábado até 27 de novembro, com entrada livre.
Flickr photos from the Lançamento do livro "Magnólia: a pele de Vera Castro" e inauguração da exposição “Vera Castro-Figurinos e outros objetos” album.
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Texto de CSS/GCI IPL
Imagens de DB/GCI IPL