À frente ou atrás das câmaras, na televisão ou no cinema, no palco ou nos bastidores, atores, realizadores e equipa técnica. Todos constroem arte. Para muitos, a caminhada começa na Escola Superior de Teatro e Cinema (ESTC).
As histórias fazem parte da nossa vida. Para além das que se vivem na primeira pessoa, muitas são-nos também contadas. E permitem-nos viajar sem sair do sítio onde estamos. Frente a uma tela ou numa sala de espetáculos, há emoções para todos os gostos: lágrimas, risadas a medo e um quê de compaixão para com alguns personagens. Do ator ao design de cena, do técnico de som, ao argumentista e realizador, o processo é feito de uma aprendizagem constante. A formação é contínua e muitos iniciam-na na Escola Superior de Teatro e Cinema.
O “Submarino Amarelo”
Situada na Amadora, a Escola é composta por dois departamentos: o de Teatro, fundado por Almeida Garrett, e o de Cinema, criado por um grupo de cineastas ligados ao “cinema novo” português. As instalações foram construídas de raiz, a pensar nas necessidades do currículo dos cursos. Para os alunos de Cinema há, por exemplo, um estúdio onde podem ser construídos vários cenários para a gravação de curtas-metragens ou outros trabalhos. Há também um espaço virado para a cenografia, onde se podem idealizar e construir cenários, ou um vasto guarda-roupa pronto a servir as várias vidas que no palco são interpretadas.
Dizem os alunos que o “submarino amarelo” – como é conhecida a Escola na comunidade – marca um antes e um depois na sua vida pessoal e profissional. João Maria Reis é um desses casos. Estuda atualmente na ESTC e não tem dúvidas em afirmar que “estudar na ESTC é uma experiência desafiante que marca e transforma qualquer pessoa que por cá passe”. Diz ainda o jovem que, como é hábito dizer-se entre alunos, “ninguém sai pelas portas do “submarino amarelo” sem levar “algo de inesquecível dentro de si para o resto da vida”. No palco ou fora dele, toda a experiência que se tenha é pouca para tornar qualquer história o mais real e próxima do público possível.
Alunos que somam prémios
A Escola conta com dezenas de alunos premiados nos principais festivais do mundo. Leonor Teles é exemplo disso mesmo. A jovem licenciada em Cinema já recebeu o Urso de Ouro da competição de curtas-metragens do Festival Internacional de Cinema de Berlim. O filme galardoado, “Balada de um Batráquio”, aborda o facto de alguns comerciantes colocarem sapos de cerâmica nas suas lojas, com o objetivo de evitar a entrada de membros da comunidade cigana nos seus estabelecimentos.
Texto: RM