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Malhereusement Amélie est née – uma carta de amor

Malhereusement Amélie est née – uma carta de amor é a peça que assinala o centenário de uma das companhias com maior longevidade na História do Teatro Português do século XX, uma iniciativa levada a cabo pelas atrizes Mónica Garnel, binesta de Amélia Rey Colaço, e Inês Vaz, às quais se juntam recém-licenciados da Escola Superior de Teatro e Cinema, a 26 de fevereiro, no Teatro D. Maria II.

No telegrama em que anunciava o nascimento da sua filha,  Amélia, a 2 de março de 1898, Alexandre Rey Colaço escreveu:  “Malhereusement Amélie est née” (Infelizmente, Amélia nasceu.). Revelava assim, com sentido de humor, que tinha nascido a sua quarta filha e não o tão esperado filho. “Heureusement” (Felizmente) Amélia Rey Colaço desafiou, na vida e no percurso artístico, os lugares reservados às mulheres, nomeadamente de uma certa condição social.

Amélia Rey Colaço desafiou, na vida e no seu percurso artístico, os lugares reservados às mulheres, nomeadamente de uma certa condição social. A par com o marido Robles Monteiro, também ator consagrado, formou a Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro, que viria a ter uma importância incontornável e a tornar-se uma das companhias com maior longevidade na História do Teatro Português do século XX. Ao longo de mais de 50 anos – dos quais 35 na direção do Teatro Nacional D. Maria II, Amélia Rey Colaço e Robles Monteiro desempenharam vários papéis na atividade da companhia, com força, determinação, ambiguidade, controvérsia, paixão, contradição e, sobretudo, amor.

Os atores, juntam-se, assim, em palco para evocar desejos, paixões e a memória de Rey Colaço-Robles Monteiro. Também eles perseguindo a paixão e o espanto. Também eles “malhereusement et heureusement nées”.  E, talvez assim, se escreva esta carta. De amor.

A celebração dos 100 anos da Companhia Rey Colaço-Robles Monteiro decorre no Salão Nobre Ageas, no Teatro Nacional D. Maria II, no dia 26 de fevereiro, sábado, às 15h. A entrada é gratuita sujeita à lotação disponível, sendo necessária reserva de lugares até 48h antes da sessão.

Fonte: Teatro Nacional D. Maria II