A exposição "António - o Cartoonista" patente no Espaço Artes – Politécnico de Lisboa e no foyer da Escola Superior de Comunicação Social, inaugurou a 31 de maio, com a presença do artista, considerado um dos mais relevantes cartoonistas mundiais, que desde 1974 publica a sua arte no semanário Expresso.
O presidente do Politécnico de Lisboa, Elmano Margato, realçou o papel do espaço cultural sediado nos Serviços da Presidência do IPL, na divulgação das várias vertentes da expressão artística. Depois de agradecer ao cartoonista António Antunes, realçou o seu percurso, enquanto alguém, cujo trabalho “tem perdurado desde antes do 25 abril até aos dias de hoje, com o reconhecimento dos mais variados quadrantes políticos”.
David Antunes, pró-presidente do IPL para as Artes, colocou a tónica da intervenção na sua própria leitura do trabalho de António, que considera “uma das testemunhas únicas do Portugal do séc. XX e XXI”. “O que pessoalmente me fascina no seu trabalho é a extraordinária capacidade de síntese”, referiu. Para o docente da Escola Superior de Teatro e Cinema, o trabalho de António resulta de uma atenção “extraordinária ao mundo”, que contem duas outras qualidades: estão cheios de humor, mas também de humanidade.
Paulo Morais-Alexandre, docente da Escola Superior de Teatro e Cinema e curador da exposição falou do lado polémico dos cartoons de António, de quem é amigo. “Nem todos têm sentido de humor e as piadas sempre magoaram alguém, a começar pelos próprios”. Depois de sugerir uma visita à estação de metro do aeroporto, em Lisboa, onde podem ser vistas 50 caricaturas de personalidades da vida política, cultural e artística da cidade, da autoria de António, Paulo Morais-Alexandre falou de um outro lado que caracteriza o artista – a escultura.
Foram poucas as palavras de António Moreira Antunes, assumindo ter uma apetência pela síntese e considera que os desenhos falam por si. “Vou continuar a fazer o que tenho sabido fazer, com algumas polémicas ou não”.
António é natural de Vila Franca de Xira, cidade onde está uma das suas esculturas, a de homenagem a Álvaro Guerra. Tem o curso de pintura da Escola Artística António Arroio, em Lisboa. O cartoonismo surgiu em 1974, primeiro no jornal República e depois no semanário Expresso, onde é colaborador permanente desde então. Já foi distinguido com prémios internacionais e nacionais. Foi condecorado em 2005, pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Ordem do Infante D. Henrique, no grau de Grande Oficial, e em 2023, pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem da Liberdade, no grau de Comendador.
Com a exposição António o Cartoonista, patente no Espaço Artes – Politécnico de Lisboa e na Escola Superior de Comunicação Social, até 14 de julho, inicia-se um reconhecimento por parte da Academia, que na perspetiva do curador da exposição, faltava fazer.
Texto de CSS/GCI IPL
Imagens e vídeo de DS/GCI IPL